O primeiro painel do Dia da Engenharia Brasil-Alemanha tratou sobre segurança alimentar. Com o tema “Food Chain 4.0”, a discussão teve como foco a implementação de tecnologias da Indústria 4.0 para o setor de alimentos.
O painel foi moderado pelo pesquisador e ex-presidente da Embrapa, Silvio Crestana, e contou com a participação de Daniel Marques, gerente de Food and Beverage na Siemens, Jonathan Krauss, gerente de otimização de processos no Fraunhofer IPT, Silvia Massruhá, diretora na Embrapa Informática, e Murilo Bettarello, presidente da Nuffield Internacional.
Dando início às apresentações, Daniel Marques apontou a necessidade de se construir uma plataforma de rastreamento dos alimentos para o consumidor final. “Atualmente, nós não temos como saber a procedência dos alimentos que consumimos, é evidente que precisamos estabelecer um ambiente único para acessar as informações dos alimentos, como sua origem, cuidados sanitários, certificações e outros itens, facilitando para que estas possam ser consultadas diretamente na prateleira do supermercado.” ressaltou Marques.
Na sequência, Jonathan Krauss ilustrou um panorama de como a indústria alemã utiliza os fluxos horizontais no setor de alimentos. “Existem duas razões para adotarmos essa estrutura nas empresas. Primeiramente, por necessidade, para aplicarmos novas tecnologias nas indústrias, nós precisamos desses fluxos. E, por último, por exigências do mercado. A transparência no processo é uma exigência legal, portanto, não podemos ter gaps nas etapas. Tudo isso torna necessário o modelo de fluxo horizontal”.
Em seguida, Silvia Massruhá tratou sobre o papel das tecnologias para agregar mais valor ao setor produtivo. “A digitalização nas empresas é um grande passo a favor de contribuir com a segurança alimentar. Muitas empresas de TI estão entrando no setor agro. O número de startups de agro passou de 300 para 1.125 em um período de um ano. Isso mostra o quão emergente é esse tema”.
Os desafios para integrar os fluxos de automação com a indústria de alimentos foi o assunto abordado por Murilo Bettarello, encerrando o primeiro painel do 11º Dia da Engenharia Brasil-Alemanha. “A tecnologia já avançou muito no Brasil, porém, ainda há um problema de distribuição. Um dos grandes desafios é pensar em alternativas para fazer com que as tecnologias 4.0 cheguem às pequenas propriedades. Grande parte dos proprietários brasileiros estão em propriedades com menos de 100 hectares, portanto, é ideal que essas ferramentas sejam levadas até os pequenos proprietários” finalizou Bettarello.
Confira os depoimentos de Daniel Marques e Silvia Massruhá: