Com conteúdo mais prático e dinâmico, o segundo dia da 13ª edição do Dia da Engenharia Brasil-Alemanha contou com a apresentação de cases sobre sustentabilidade da Bayer, BASF e HTB.
Os cases foram apresentados por Schirley Wirtti, Supply Chain Management da Bayer, Vera Felbermayer, Vice-Presidente da BASF, Márcia Pádua, Operational Excellence Manager da BASF, Adriana Machado, Head of ESG na HTB, e Detlet Dralle, Presidente da HTB.
Case: Energias Renováveis – Bayer
O primeiro case do dia foi o de ‘Energias Renováveis’, da Bayer. Primeiramente, Schirley Wirtti apontou como missão da empresa a entrega de inovação de ponta, colocando a empresa como pioneira em transformação digital para estabelecer novos padrões de sustentabilidade, além da sua meta de redução em 35% das emissões de CO2 até 2030.
“A Bayer está ciente que o tamanho do nosso negócio é o tamanho da nossa responsabilidade, por isso assumimos um compromisso ainda mais forte com a sustentabilidade, traçando metas desafiadoras até 2030, essas metas estão alinhados com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU. A Bayer, sendo uma empresa de saúde e nutrição, tem influência direta em sete desses ODS”, explicou.
Como exemplo dessas metas traçadas pela Bayer, Wirtti apresentou um case do setor Crop Science (soluções integradas para agricultura) da empresa, nomeado como Eco-rota. A iniciativa busca modernizar e diversificar os métodos de transporte da Bayer, com o objetivo de reduzir a emissão de CO2.
“Modernizar e diversificar abrange ações inovadoras como o uso de veículos elétricos no agro no Brasil, até ações de evolução contínua, que pode ser a procura por sinergia entre os modais com características diferentes, mas que podem ser complementares, o elétrico rodoviário, o GNV e o interestadual ferroviário, por exemplo”, explicou Wirtti.
Nos primeiros dois meses o Eco-rota já entregou uma redução de 110 toneladas de emissão de CO2, durante esse período foram transportadas mais de 1,1 mil toneladas de produto e o mais importante, tudo isso com zero custo adicional. “Por isso, o projeto quebra um paradigma cultural, mostrando que a sustentabilidade pode ser sim viável financeiramente. A comunicação tem sido para nós uma chave para abrir um canal e incentivar novas parcerias, influenciando a multiplicação desse conceito no mercado”, afirmou.
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Case: Energy Transformation – BASF
No segundo case, comandado por Vera Felbermayer e Márcia Pádua, foi apresentada a jornada da BASF para emissão zero de CO2 até 2050.
Vera Felbermayer apresentou a eletrificação com energia renovável como uma das principais ferramentas para a redução de CO2. ”Para atender a nossa alta demanda por energia renovável, vamos nos concentrar em dois pilares que garantem essa adicionalidade: fazer e comprar, sendo um portfólio diversificado e levando em consideração custos, flexibilidade e disponibilidade”, explicou.
Para capturar o potencial energético de calor residual para produção de vapor, a BASF está apostando na tecnologia de instalação de bombas de calor e compressores de vapor para produção de vapor livre na ASF Verbund. Além disso, ela afirmou que o uso de hidrogênio como matéria prima é uma chave para redução de emissões em várias tecnologias na empresa e que a matriz de energia verde é uma enorme oportunidade para asustentabilidade na América do Sul.
Na sequência, Márcia Pádua afirmou que o maior desafio para a indústria química, é tornar a escala dessas tecnologias em um tamanho possível para que os custos sejam competitivos. “Hoje, para a indústria química, o principal desafio é tornar os nossos processos zero emissão de CO2 e, além disso, os fazerem ser competitivos o suficiente para que tenham apresentação de mercado. E, para isso, nós precisamos de legislação e regulação nos países, para que tenhamos apoio para garantir a implementação dessas novas tecnologias na indústria”, encerrou.
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Madeira Engenheirada e projeto eWood
Dando continuidade ao evento, foi realizada a palestra sobre ‘Madeira Engenheirada e Construção Sustentável’. Detlet Dralle, iniciou a apresentação exemplificando a importância da HTB com a sustentabilidade no Brasil, destacando o primeiro certificado adquirido pela empresa no país, com a construção sustentável do Hospital Albert Einstein em São Paulo.
Em seguida, Adriana Machado, expôs o projeto de Madeira Engenheirada. “É a madeira como sistema estrutural que é utilizada a anos e que foi substituída pelo aço e concreto, e agora, finalmente, volta a ser a parte do sistema de industrialização e pode ser usada em conjunto ou substituindo o aço e concreto”, explicou.
A madeira é considerada hoje o material do futuro através do manejo sustentável das florestas e da sua retenção de CO2. É o material de construção mais sustentável atualmente e, obviamente, só pode ser usada se certificada ecologicamente. A Madeira Engenheirada é um processo industrial que é feito por lamelas que são coladas por alta pressão com adesivos na fábrica e que dão total resistência ao material.
“A construção civil é responsável por mais de 40% do carbono no ambiente. Enquanto o volume de concreto em 1 metro cúbico no processo construtivo emite no ambiente uma tonelada de CO2, a estrutura de madeira absorve em 1 metro cúbico uma tonelada de CO2. A madeira também possui resistência ao fogo, já que sua queima é muito lenta e carboniza pelo lado de fora primeiro. O tratamento da madeira em autoclave a faz totalmente imune a cupins, fungos e mofos. E, comparado ao aço e concreto, a madeira é cinco vezes mais leve, além do processo construtivo gastar muito menos energia”, Machado ressaltou.
As principais vantagens na utilização de madeira são obras com pouco resíduo, montagem da estrutura pré fabricada, montagem rápida de projeto modular e estrutura leve, uso de modelagem BIM e bem estar aos usuários.
Detlet Dralle, em seguida, apresentou o projeto eWOOD, o qual se trata de engenharia, excelência, ecologia e experiência ligada à madeira. Ele apresentou as premissas sustentáveis do projeto, sendo conceito de biofilia, bicicletário e bicicletas compartilhadas, uso de materiais sustentáveis, eficiência energética, economia e reuso de água, certificações, pontos de recarga de veículos e principalmente, reduções de emissões de CO2.
“No eWOOD estudamos e entendemos a implicação prática desse efeito sustentável que a Madeira Engenheirada produz. Ela pode ser aplicada em ambientes internos até para fornecer redução de estresse como parte dos projetos biofílicos baseados em evidências”, afirmou Dralle.
Esse projeto vai de encontro ao Conceito ESG, com os mesmos princípios e valores da HTB como, sustentabilidade a longo prazo, eficiência nas operações, gestão da água e da energia, riscos ambientais, qualidade urbana, uso do solo e entre outros pontos. Ele elencou também as referências internacionais de edifícios multiandares com Madeira Engenheirada, como o LCT One (Áustria), Edge (Berlim), Siemens (Norenburg), Sede Boomberg (Londres), Hotel Magdalene (Texas) e a Sede da Adidas (USA).