Dados divulgados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais revelam que, apenas em 2023, aconteceram 1.161 eventos climáticos extremos nos 1.038 municípios brasileiros monitorados pelo Cemaden.
Enchentes, secas e tempestades se tornaram mais frequentes e intensas, exigindo que as infraestruturas na engenharia sejam projetadas para resistir a essas novas realidades.
Neste novo artigo da VDI, você irá entender como a engenharia pode garantir que as obras sejam resilientes e seguras, mesmo diante desse cenário.
Continue a leitura abaixo.
ODS 9 em ação.
Imagine uma cidade paralisada por uma enchente, com ruas alagadas e pontes destruídas. Ou uma região castigada por uma seca prolongada, com escassez de água e falhas no abastecimento.
Cenários como esses, infelizmente, estão se tornando cada vez mais comuns. E investir em infraestrutura resiliente é como adquirir um seguro contra esses eventos extremos.
A resiliência de infraestruturas se refere à capacidade de um sistema, seja ele natural ou construído, de resistir, absorver ou se recuperar de impactos de maneira rápida e eficiente.
Inclusive, esse é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU: “Desenvolver infraestrutura de qualidade, confiável, sustentável e robusta, incluindo infraestrutura regional e transfronteiriça, para apoiar o desenvolvimento econômico e o bem-estar humano, com foco no acesso equitativo e a preços acessíveis para todos”.
Afinal, como construir obras mais resilientes?
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), temperaturas extremas de mais de 40°C e até 50°C estão se tornando mais frequentes em todo o mundo. E a própria natureza oferece uma das respostas mais simples e eficazes para esse problema: a criação de áreas verdes e florestas urbanas.
As árvores proporcionam sombra e liberam umidade no ar, reduzindo significativamente as temperaturas nas cidades. Além disso, técnicas de construção como paredes de trombe, telhados verdes e orientação solar otimizada ajudam a manter os ambientes internos mais frescos.
Um bom exemplo de construção resiliente na atualidade é o Abrigo da Bondade, um edifício flutuante, em Bangladesh. Apoiado em pilares que funcionam como tanques flutuantes, o edifício é elevado em situações enchentes. A água flui por baixo, enquanto as pessoas ficam abrigadas e seguras no interior da construção.

Também visando evitar consequências advindas de enchentes, o projeto Mose, implementado em Veneza, na Itália, utiliza comportas para prevenir inundações em uma cidade localizada ao nível do mar.

Na prática, como estão as obras no Brasil e no mundo?
No Brasil, especialmente diante dos desafios impostos pelas mudanças climáticas e eventos extremos cada vez mais frequentes.
A Portaria 622 surge como um marco nesse sentido, ao destinar recursos para adaptar a infraestrutura rodoviária brasileira a um cenário de mudanças climáticas. Essa medida se mostra fundamental para evitar situações como a ocorrida no Rio Grande do Sul, onde a fragilidade da infraestrutura dificultou o acesso a regiões atingidas por desastres.
Ao redor do mundo, diversos exemplos demonstram a importância da engenharia resiliente. Pontes construídas com materiais mais resistentes e fundações mais profundas, por exemplo, podem suportar enchentes e terremotos.
Sistemas de transporte projetados para operar em condições climáticas extremas e infraestruturas de energia com fontes renováveis e armazenamento eficiente são outras soluções que contribuem para a construção de um futuro mais seguro.
As cidades do futuro serão modernas e resilientes.
As mudanças climáticas estão redefinindo os desafios da engenharia. Eventos extremos, como enchentes, secas e tempestades, se tornaram mais frequentes e intensos.
As cidades do futuro precisam ser projetadas para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.
E ao investir em infraestruturas resilientes e em soluções inovadoras, podemos construir cidades mais seguras, sustentáveis e prósperas para as próximas gerações.