
O conceito de Indústria 4.0 foi apresentado ao público pela primeira vez na Hannover Messe em 2011, e desde então tem se espalhado globalmente, representando a quarta revolução industrial.
Este termo abrange a integração de novas tecnologias e modelos de criação de valor, para beneficiar a sociedade como um todo. No entanto, recentemente, o termo “Indústria 5.0” foi utilizado para destacar a centralidade humana e outros aspectos.
Continue a leitura para entender o porquê o uso dele soa precipitado para algumas autoridades no assunto.
Críticas ao termo “Indústria 5.0”
O Conselho de Pesquisa da Indústria 4.0 e a Plataforma Indústria 4.0 criticam essa nova denominação. Eles argumentam que “Indústria 5.0” não adiciona novos conteúdos ao conceito já existente e apenas contribui para a confusão.
A Indústria 4.0 já inclui o benefício para a sociedade como um objetivo principal e seu processo de transformação é contínuo e de longo prazo, assim como as revoluções industriais anteriores.
Abrangência da Indústria 4.0
A Indústria 4.0 engloba uma ampla gama de aspectos que estão sendo discutidos sob a denominação “Indústria 5.0”. Isso inclui o foco na centralidade humana, sustentabilidade, resiliência, interoperabilidade e soberania tecnológica.
A utilização do novo termo pode confundir pequenas e médias empresas (PMEs), que estão no processo de implementar os princípios da Indústria 4.0.
Importância das PMEs
Henrik Schunk, presidente do Comitê Diretor da Plataforma Indústria 4.0, ressalta que a missão é a ampla implementação dos princípios da Indústria 4.0, e a discussão sobre “Indústria 5.0” pode prejudicar a aceitação e participação das PMEs, fundamentais para o sucesso da transformação digital.
Foco na sustentabilidade e resiliência
A pesquisa em Indústria 4.0 está cada vez mais voltada para temas como sustentabilidade, resiliência e a integração de inteligência artificial generativa, sempre com um enfoque nas pessoas.
Esta abordagem holística visa a fortalecer o sistema de inovação e a criação de valor, especialmente na Alemanha.
Coordenação e financiamento
O trabalho do Conselho de Pesquisa da Indústria 4.0 é coordenado pela Acatech e financiado pelo Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha. Com 33 representantes de ciência e indústria, o conselho busca identificar soluções de pesquisa e proporcionar orientação estratégica para o desenvolvimento contínuo da Indústria 4.0.
Vamos chegar lá, mas não agora
O fato é: ainda é cedo para falar sobre “Indústria 5.0” – até porque não sabemos qual será a próxima tecnologia que romperá com o status quo e dará início a uma nova era industrial como foi nas revoluções anteriores (pelo menos não ainda).
Por essas e outras, a discussão sobre “Indústria 5.0” é vista como desnecessária e potencialmente prejudicial, desviando o foco dos objetivos e princípios já estabelecidos pela Indústria 4.0. A ênfase deve continuarsendo na implementação e ampliação dos conceitos da quarta revolução industrial, garantindo que a transformação digital beneficie a sociedade de maneira sustentável e inclusiva.