A expansão e consolidação da Indústria 4.0 no mundo todo vêm contribuindo para transformações em inúmeros fatores. Se há poucos anos o termo era visto como uma tendência, hoje não resta dúvidas de que esse novo período se consolidou e, a cada ano que passa, se intensifica, desenvolvendo soluções mais precisas rumo a um progresso tecnológico e inovador.
Como características principais da Indústria 4.0 estão os sistemas Cyber-Físicos, que integram itens e equipamentos físicos às ferramentas digitais por meio de Internet das Coisas (IoT), além da utilização de tecnologias como Big Data e Smart Data.
As três revoluções que modificaram a indústria, anteriormente à Indústria 4.0, exigiram das empresas altos investimentos em novas máquinas e equipamentos. Na primeira, e mais conhecida, ocorrida em 1780, passou-se a utilizar máquinas a vapor. Na segunda, a partir de 1870, novos equipamentos foram desenvolvidos para funcionarem com a utilização de energia elétrica. Já a terceira, de 1970, teve como principal marca a implementação de sistemas robóticos para manufatura.
Os pontos em comum entre esses três marcos da indústria se dão no fato de que as tecnologias inovadoras, na época, não eram acessíveis para grande parte das empresas, devido ao alto valor de aquisição das máquinas. Havia, também, a necessidade de construção de estruturas físicas para alojar os novos equipamentos.
Na Indústria 4.0 o capital requerido é, consideravelmente, mais baixo do que quando comparado aos anteriores, uma vez que dispositivos, como sensores, ou ferramentas, como computação em nuvem, não precisam de grandes espaços físicos e o custo de implementação varia conforme a necessidade das empresas. Outro fator que contribui com a questão financeira é a possibilidade de integrar as novas ferramentas aos sistemas já existentes, sem necessidade de substituição.
Os impactos resultantes da Indústria 4.0 no fator econômico são notáveis. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estimou que o Brasil poderia economizar R$ 73 bilhões ao ano com a implementação de fatores presentes na Indústria 4.0. Segundo a ABDI, os gastos com manutenções podem ser reduzidos em até R$ 35 bilhões, já as despesas com energia em até R$ 7 bilhões. No campo de produção há um potencial de crescimento de R$ 31 bilhões com trabalhos mais eficientes.
O processo de implementação da Indústria 4.0 é lento e depende muito do mindset da empresa. No entanto, é um movimento gradual, que deve começar com aplicação em escalas menores e, progressivamente, estender-se para toda a empresa. Sendo assim, instituições de pequeno, médio ou grande porte podem buscar maneiras de se atualizarem, cada uma com as ferramentas compatíveis com sua estrutura, modelo de negócio e nível econômico.
Em uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que entrevistou 632 grandes empresas, foi constatado que 48% delas tem intenção de investir em tecnologias da Indústria 4.0. Apesar de o número representar menos da metade, o levantamento mostra que a evolução ainda está em uma fase de implementação e experimentação. Quando os resultados começarem a surgir, a tendência é de que mais empresas passem a utilizar os conceitos da Indústria 4.0.
Muito se discute sobre a mão de obra na Indústria 4.0. Com sistemas integrados e autônomos, a atuação humana no processo de produção diminui consideravelmente. Em contrapartida, novas profissões surgirão e vão exigir pessoas qualificadas para ocuparem os cargos. A previsão é de que 30 novas profissões irão aparecer nessa nova era da indústria. Esse panorama indica uma otimização de processos nas empresas, uma vez que a presença de profissionais capacitados em funções específicas será maior.
De fato, a implementação dos conceitos da Indústria 4.0 nas empresas é um investimento necessário e acessível para o progresso tecnológico no âmbito industrial. Mais do que revolucionar a produção e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a otimização dos processos advindos dessa atualização contribui diretamente com a evolução do país em diversos setores da sociedade.
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