O segundo painel do 13° Dia da Engenharia Brasil-Alemanha teve como tema ‘Energias Renováveis’, indo de encontro ao assunto central do evento ‘Engenharia Sustentável’.
Para participar da discussão estiveram presentes Paulo Alvarenga, Presidente thyssenkrupp South America, Robert Madersdorfer, Diretor Industrial LANXESS, Rodrigo Chaves, Vice-Presidente Volkswagen Caminhões e Ônibus, André Clark, General Manager Siemens Energy, a moderação ficou por conta de Paulo Ramos, Diretor de Vendas Messer Gases.
As discussões envolvendo geração de energia tem se tornado mais frequente nos últimos meses. São muitos os motivos que fazem as conversas sobre o assunto cada vez mais necessárias. Enquanto em muitos países – até mesmo os mais desenvolvidos – a matriz energética é, em sua maioria, baseada em combustíveis fósseis, o Brasil é um grande exemplo positivo de utilização de energias renováveis. Neste contexto, o painel discorreu sobre pontos importantes envolvendo as fontes renováveis no Brasil e no mundo.
Como ponto de partida do painel, o moderador Paulo Ramos, apresentou o tema ao público, contextualizando-o ao momento atual. “Estamos em um período crítico no mundo e esse é um tema sensível que exige um entendimento por parte da indústria de como nós podemos transformar e engajar as organizações para as questões ambientais”
O Brasil possui cerca de 80% de sua matriz energética originadas de fontes renováveis sendo a hidrelétrica a principal delas, o que coloca o país em uma posição privilegiada no cenário global. No entanto, Paulo Alvarenga destacou a necessidade de ampliar ainda mais a participação de outras fontes além das hidrelétricas. “Nós temos um potencial enorme de expansão das fontes eólicas e solares que são pouco utilizadas no país. Vale ressaltar que temos uma complementaridade desses modelos, especialmente no nordeste que temos muito sol durante o dia e ventos fortes pela noite. Precisamos explorar isso”.
Para construir um planejamento estratégico que incentive a utilização de cada vez mais fontes de energia renováveis, o governo tem um papel fundamental para incentivar ações mais sustentáveis neste sentido. Para Rodrigo Chaves, a participação do Estado existe, porém pode ser maior. “Se olharmos o ganho social e ambiental que estão envolvidos, além do desenvolvimento da indústria local e a possibilidade de tornar o Brasil líder deste movimento, nós vemos que o assunto tem que ser tratado com urgência”.
Outro assunto de destaque abordado durante o painel foi o potencial brasileiro na produção de hidrogênio verde. A Alemanha já mostrou interesse na realização de parcerias com o Brasil para exportação de hidrogênio verde e seus derivados. André Clark, pontuou que a exploração do recurso ainda é algo novo, mas que traz uma oportunidade estratégica para o país. “Eu vejo com otimismo as aplicações do hidrogênio verde. Os projetos estão avançando com velocidade e são multidisciplinares, ou seja, podemos propor uma política industrial verde do século XXI que não é só para o Brasil, mas para todo o planeta”.
Complementando o depoimento de Clark, Robert Madersdorfer, encerrou o evento destacando que as discussões sobre o tema são importantes, mas que é preciso ir além e colocar os projetos em prática. “O ponto mais importante é fazer e não falar, estamos no caminho certo, mas precisamos investir em educação, e trabalhar em cooperação para criar essa política industrial verde do século XXI”.