O Japão é conhecido mundialmente por ser uma referência quando o assunto é tecnologia. A Terra do Sol Nascente é sinônimo de inovação, por conta do avanço tecnológico alcançado nas últimas décadas. Com o passar dos anos, o país alcançou patamares únicos de experiência no desenvolvimento e implantação tecnológica, e essa aptidão à modernidade ficou evidente durante os jogos olímpicos sediados em Tóquio.
Além de ser uma vitrine para mostrar ao mundo os melhores atletas de diversas modalidades esportivas, os jogos olímpicos também são uma oportunidade para os aficionados por tecnologias. Todo o evento é baseado na utilização de ferramentas tecnológicas, desde aspectos visuais, como a utilização de drones na abertura até utilização de sensores e dados para melhorar a performance dos atletas.
Esporte e Indústria 4.0
A adoção do suporte tecnológico nos jogos se aplica em diversas maneiras. E apesar de não aparentar, esporte e Indústria 4.0 têm muito mais em comum do que imaginamos. Muitas das tecnologias utilizadas nas olimpíadas também possuem aplicações nas empresas, e com o mesmo objetivo: alcançar resultados cada vez melhores.
Em um exemplo da utilização de tecnologias presentes também na indústria, podemos citar os times de saltos ornamentais. A equipe técnica dos atletas utiliza um sistema de avaliação por vídeo para reproduzir seus mergulhos e desta forma ajustar seus saltos. Essa ação é comum na indústria, uma vez que pode-se utilizar drones com câmeras acopladas para visualizar com maior precisão o maquinário e sugerir manutenção quando necessário.
As equipes olímpicas também usaram análise de dados para quantificar e examinar a técnica de um atleta após uma intervenção do treinador ou após o retorno de uma lesão. Enquanto acompanhávamos as competições e os atletas, sensores e plataformas baseadas em inteligência artificial coletavam e processavam dados em tempo real sobre seus desempenhos para as equipes desenvolverem os melhores programas de treinamento e auxiliar os juízes a tomarem decisões corretas nas avaliações, algo que também é muito utilizado na indústria.
Tecnologia na Vila Olímpica
Os aparatos tecnológicos estiveram presentes em toda a Vila Olímpica. O recurso de reconhecimento facial, por exemplo, foi utilizado para realizar a triagem e garantir segurança de atletas e funcionários. O recurso, projetado inicialmente para evitar invasões e inconvenientes, também contribuiu na prevenção da Covid-19 nas instalações da Vila.
Além da triagem inicial nos alojamentos, os japoneses providenciaram veículos autônomos para promover o transporte dos atletas na vila olímpica. Por volta de 100 veículos transitaram em rotas definidas entre o aeroporto, vila olímpica e ginásios. A ideia foi testar o modelo de transporte para adotá-los na rede pública da cidade japonesa.
Robôs no pódio
A coleta e leitura de dados, duas das principais atividades da rotina da Indústria 4.0, foram adotadas nos jogos olímpicos, assim como os robôs. Miraitowa e Someity, os robôs mascotes que inicialmente iam receber o público espectador nos jogos, foram reservados para os atletas, já que os torcedores não foram permitidos por conta da pandemia.
Engana-se quem pensa que os robôs foram utilizados apenas para prestação de serviços e auxílio. As estrelas do basquete ficaram em segundo plano no ginásio, pois CUE4, o robô humanoide, desenvolvido pela Toyota chamou a atenção de quem assistia ao jogo entre Estados Unidos x França. No intervalo da partida, a máquina, que possui 2 metros de altura, entrou em quadra para realizar arremessos certeiros da linha dos 3 pontos, do meio da quadra e da linha de lance livre. Por meio de sensores, o robô cestinha consegue saber onde está a cesta, e com isso, pode calcular tanto a força quanto o ângulo necessário para fazer o arremesso.
As olimpíadas da indústria
Os países reuniram-se nas Olimpíadas competindo em uma variedade de esportes. Porém, há também uma competição econômica e tecnológica que pode resultar em grandes avanços para a sociedade, se realizada da maneira correta. No ramo industrial, as empresas podem observar e tirar lições das inovações que foram apresentadas nas Olimpíadas de Tóquio.
Mais importante do que dominar tecnologias complexas e investir altos valores em equipamentos, é ter criatividade para pensar em soluções simples que impactam positivamente no final. Neste sentido, observar as ferramentas sendo utilizadas em outros ambientes fora da indústria pode gerar diversos insights de ideias que podem revolucionar as empresas.