No último dia 11 de setembro aconteceu a segunda edição da série de webinars “Passo a passo: maturidade da Indústria 4.0 na prática”, da VDI-Brasil, com o tema “As barreiras e as soluções mais relevantes por área estrutural – Sistemas de Informação”. Moderado pelo diretor executivo da Associação, Johannes Klingberg, o encontro também contou com a participação do professor e pesquisador do Instituto Mauá de Tecnologia no Laboratório de Comissionamento Virtual, Ari Costa, e do diretor de estratégia, inteligência de mercado e business development da Siemens Digital Industries no Brasil, e vice-presidente da VDI-Brasil, José Borges.
Sobre a série “As barreiras e as soluções mais relevantes por área estrutural”
O desafio de manter uma empresa de manufatura competitiva em um ambiente cada vez mais complexo e dinâmico, passa pela necessidade de tomar decisões ágeis e inteligentes. Ao conectar pessoas, máquinas, objetos e sistemas de TIC, a Indústria 4.0 promete viabilizar o sucesso nesse cenário. No entanto, a falta de uma implementação sistêmica e equilibrada da transformação digital tem resultados aquém das expectativas.
Muitas vezes, nestes casos, as empresas falham ao focar seus investimentos apenas em tecnologias, não considerando as mudanças organizacionais e culturais necessárias para obter os resultados esperados.
Como resposta a esta tendência, o Acatech Industrie 4.0 Maturity Index foi criado em 2017 como ferramenta analítica que permite identificar em qual das quatro áreas estruturais a organização enfrenta as maiores dificuldades de transformação.
Nesse sentido, a série de webinars visa apresentar, em detalhe, essas áreas estruturais da ferramenta (recursos, sistemas de informação, organização e cultura) como uma preparação ao 12º Dia da Engenharia Brasil-Alemanha, que nesse ano acontece de forma virtual e gratuita nos dias 20 e 21 de outubro. A primeira edição da série aconteceu no dia 28 de agosto e debateu sobre a área de recursos.
2º webinar – Sistemas de informação
Ao introduzir o assunto do dia, Johannes Klingberg apontou que no início do conceito de Indústria 4.0, muitas pessoas acreditaram que o processo seria inteiramente relacionado à área de tecnologia da informação (TI). No entanto, com o decorrer dos anos e dos estudos sobre maturidade, foi possível perceber que o conceito de Indústria 4.0 envolve muitas outras áreas. “Esse é um grande perigo e um erro. A gente acha que a tecnologia vai resolver tudo. Mas, na verdade, o que vai resolver é o conceito”, disse Ari Costa. “Precisamos olhar o modelo como um todo e como todas as áreas estruturais interagem entre si. Precisamos de uma visão holística”, complementou José Borges. “O modelo está representado pelo círculo exatamente porque as partes são iguais”, arrematou Ari.
Em seguida, Johannes apresentou a definição de Sistemas de Informação como conjunto de sistemas que garantem que dados e informações sejam disponibilizados para a tomada de decisão. Trata-se, então, da transformação do dado em informação e, de maneira contextualizada e em tempo real, em tomada de decisão com agilidade.
Assim, uma preocupação pode ser a geração de um dado errado pelo sistema de informação. Nesses episódios é importante avaliar a fonte de dados caso a caso e a maneira mais adequada de transformá-lo em informação e onde e quando disponibilizá-la.
Durante o webinar, Johannes também apresentou os seis graus de maturidade da Indústria 4.0. E o que diferencia as fases 1 e 2 – mais focadas em digitalização – das demais são os conceitos de “tomada de decisões baseadas em dados” (sistemas de informações) e de “sombra digital em tempo real”. Nesse sentido, os participantes também se dedicaram à definição desse conceito.
De acordo com o diretor executivo da Associação, criar a sombra digital é a grande tarefa da área de sistemas de informação. Para Ari Costa, trata-se do mundo físico no mundo digital. “Um modelo virtual não é uma sombra digital, passa a ser uma sombra quando acontece a sincronicidade entre o físico e o digital. A Alemanha já está nesse estágio e pensando em todas as áreas organizacionais”, explicou o professor. “Nossa sombra está sempre ligada à gente e reproduz todo o nosso movimento. No modelo é possível simular, mas ele não acontece na realidade. E a sombra é o real em sua simplicidade – 2D”, complementou Borges”.
Segundo os especialistas, essa transformação acontece de maneira gradual na indústria, priorizando os processos que trazem mais valor. Trata-se de uma jornada que exige um planejamento de digitalização.
Dentre os desafios da área estrutural de sistemas de informação eles citaram o processamento de dados e informações de forma adequada para a geração de uma base para tomada de decisões e a conexão eficiente dos sistemas de informação, eliminando redundâncias para que as informações possam transitar na vertical e na horizontal em toda a indústria. “Isso ainda é pouco aplicado e um grande desafio no Brasil”, pontou Johannes.
Quanto à maturidade da área destacam-se duas variáveis: Processamento de Informação com Autoaprendizado e Integração de Sistemas de Informação, que deve garantir uma de base de informação sem redundância ao longo de toda a cadeia de valor.
Para mensurar essas variáveis, principalmente a de processamento de informação leva-se em consideração o processo automatizado com regras definidas, a informação contextualizada, interfaces específicas para cada tarefa, resiliência e armazenamento específico.
Se você quer saber mais sobre o assunto, inscreva-se para participar do 12° Dia da Engenharia Brasil-Alemanha, em sua primeira edição virtual. Clique aqui e inscreva-se gratuitamente.