Mesmo com a ascensão da Indústria 4.0 e a aceleração da transformação digital na pandemia, o mundo ainda enfrenta uma grande falta de trabalhadores qualificados no setor de tecnologia da informação. Estima-se que os países tenham que qualificar milhões de profissionais nos próximos quatro anos para atender as demandas da indústria.
Um estudo atual realizado pela Stifterverband em parceria com a McKinsey, revelou que a escassez de trabalhadores qualificados já está firmemente ancorada na realidade cotidiana de muitas indústrias. O resultado mostrou que ainda há uma escassez gritante de trabalhadores qualificados em assuntos STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática).
Em 2018, a Stifterverband já havia iniciado um estudo semelhante. A partir dos dados coletados, eles estimaram a necessidade adicional de cerca de 700 mil trabalhadores qualificados até 2023. Mesmo esse número já sendo muito alto, foi ofuscado pelos novos resultados do estudo atual. Os pesquisadores corrigiram os valores anteriores em mais de 11% para cima. A necessidade de habilidades tecnológicas é um grande desafio para as empresas e para a administração pública.
Os responsáveis nas universidades estão bastante atentos a esse tema, como confirma a pesquisa. Somente a gama de cursos relacionados à tecnologia triplicou de 111 para 311 desde 2018. Na vanguarda estão os cursos de análise de dados e inteligência artificial (IA). Ao mesmo tempo, empresas e autoridades estão aumentando o número de funcionários que podem ser alocados na área de desenvolvimento de software ou arquitetura de TI por meio de treinamento adicional.
Especialistas já estão no topo da lista de desejos, juntamente com profissionais familiarizados com análise de dados e IA. Segundo os pesquisadores, cerca de 40 mil pessoas se formam em TI todos os anos, porém ainda não é o suficiente para eliminar a escassez de trabalhadores qualificados.
Os editores do estudo enfatizam que uma maior expansão de cursos tecnologicamente orientados e oportunidades de treinamento adicional é essencial. Ao mesmo tempo, consideram útil expandir outros cursos para incluir conteúdos de tecnologia e ciência da computação. Além disso, os resultados mostraram que o perfil de trabalho dos engenheiros está se tornando ainda mais importante para as indústrias.
Engenheiros precisam de habilidades adicionais
As chamadas competências transformadoras são cada vez mais necessárias na engenharia. O mercado de trabalho em mudança exige que as empresas analisem constantemente as habilidades necessárias para as posições disponíveis na corporação. Quaisquer lacunas de competências devem ser preenchidas, através de novas contratações e, sobretudo, da qualificação dos colaboradores. Essas são as maneiras de as empresas se manterem competitivas neste novo mercado.
Por isso, engenheiros com expertise em tecnologia da informação estão cada vez mais em demanda no mercado. Porém, muitos jovens profissionais sentem que seus estudos não os preparam adequadamente para as questões necessárias, como revelou o estudo da VDI “Engineering Training for Digital Transformation”. Por exemplo, 40% dos estudantes de engenharia afirmaram que o conteúdo especializado digital, essencialmente, não fazia parte de seus estudos. Apenas 15% dos jovens profissionais disseram que poderiam ter adquirido rapidamente as habilidades de TI necessárias para o trabalho.
Engenheiros são por natureza executores, desenvolvem produtos úteis, criam inovações e desenvolvem estratégias para novos modelos de negócios. Na prática, no entanto, os engenheiros geralmente trabalham em computadores, desenvolvem protótipos em telas, criam apresentações ou programam processos para a Indústria 4.0. As habilidades de TI são, portanto, cada vez mais necessárias para os profissionais. Como afirma o estudo da VDI sobre formação em engenharia, novos formatos de ensino e aprendizagem no ambiente universitário são definitivamente uma urgência.
As chamadas linguagens C são particularmente procuradas na engenharia, que fornece a base em lógica e sintaxe para linguagens de programação serem construídas. Essas linguagens são usadas sobretudo na engenharia elétrica, mas também na engenharia mecânica e na engenharia civil. Por isso, é essencial que os engenheiros entendam as opções do lado do software ao desenvolver um robô, e estejam aptos para as novas necessidades digitais da indústria.