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E-Delivery, primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido no Brasil

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O e-Delivery, primeiro caminhão elétrico desenvolvido e produzido em território nacional, começou a ser feito em série, no mês de junho deste ano (2021), pela Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), no Rio de Janeiro. Segundo a empresa, a primeira versão produzida é a com tração 4×2 e peso bruto total (PBT) de 11 toneladas. Além dela, também está sendo desenvolvida uma opção com PBT de 14t, ou seja, a produção dessa versão deve começar em breve.

A versão elétrica do e-Delivery foi revelada em outubro de 2017 em um evento realizado em Hamburgo, Alemanha, sobre as inovações tecnológicas das as empresas da VW Truck & Bus. Ao lado de MAN e Scania, as outras duas fabricantes centenárias pertencentes ao mesmo grupo, a VWCO mostrou que sua diretriz para projetar produtos robustos e de baixo custo também pode ser aplicada às principais tendências tecnológicas globais que estão guiando o setor de transportes.

Com engenharia independente e recursos para investir gerados dentro de casa, sem dependência de uma matriz no exterior, a VWCO lançou o primeiro caminhão elétrico brasileiro, fazendo uma aposta que nenhuma outra fabricante multinacional de veículos instalada no Brasil fez até o momento.

A primeira unidade irá compor a frota da VWCO. Depois dela, as próximas 100 têm como destino a Cervejaria Ambev e, posteriormente, a montadora deve anunciar novos clientes do e-Delivery. Com isso, a VWCO é a primeira fabricante de caminhões elétricos da América Latina. Isso porque os demais modelos à venda no Brasil, da BYD e JAC, vêm da China.

A VWCO investiu cerca de R$ 150 milhões no desenvolvimento e complexo produtivo do e-Delivery. Inicialmente, serão produzidas quatro unidades por dia. De acordo com a empresa, a meta é chegar a dez unidades diárias a partir de 2023. Porém, esse número pode crescer se houver demanda.

O e-Delivery recebe as baterias e é energizado, assim, em vez do motor convencional o caminhão recebe os dispositivos elétricos. O sistema de tração, que tem arquitetura mais enxuta, vai direto para a borda da linha. Além disso, a instalação da suspensão pneumática ocorre dentro da própria fábrica. Ou seja, diferentemente da forma como era feito até então.

Roberto Cortes, presidente e CEO da VW Caminhões e Ônibus, diz: “Criamos um processo sob medida para assegurar uma grande estrutura elétrica de forma eficiente. Vamos produzir os veículos aproveitando ao máximo os recursos já existentes, com um alto nível de sinergia, ao mesmo tempo que garantimos a inovação que o cliente espera e que o produto exige. Todo esse avanço é acompanhando por um amplo trabalho de preparação da cadeia com os envolvidos para viabilizar a mobilidade elétrica no país”.

De acordo com estudo da iniciativa ZEBRA, da C40, organização de 40 das maiores cidades do mundo, o transporte público sobre rodas é responsável por mais de 50% das emissões locais nas grandes cidades da região, com reflexos na saúde, economia e meio ambiente.

Novas versões do e-Delivery já estão planejadas e também deve entrar em testes de circulação o Volksbus e-Flex, apresentado pela primeira vez em 2018 no Salão de Hannover, na Alemanha. Em outra solução criativa da engenharia brasileira da VWCO, trata-se de um ônibus híbrido plug-in que pode recarregar as baterias na tomada ou por meio de um motor flex (bicombustível etanol-gasolina) usado como gerador para alimentar a tração 100% elétrica.

Se o uso for somente de biocombustível, o veículo se torna neutro em emissões de CO2 e tem autonomia estendida pelo gerador a combustão, baseado no motor turbo 1.4 TSI, produzido pela Volkswagen em São Carlos (SP), em uma sinergia com uma empresa do mesmo grupo que aumenta o grau de nacionalização do ônibus.

Com soluções criativas a VWCO começa a construir um ecossistema de eletrificação do transporte no Brasil com a mesma receita que construiu uma marca de caminhões e ônibus. Com o início da produção do e-Delivery, a indústria brasileira dá um passo adiante no tema eletromobilidade.

Eletromobilidade no Brasil

Outras iniciativas como essa estão colaborando para o avanço da eletrificação da mobilidade urbana do país, como é o caso da FNM (Fábrica Nacional de Motores). A empresa promete produzir caminhões elétricos em Caxias do Sul (RS). Há ainda a Eletra, que aposta no e-Retrofit para transformar o caminhão a combustão em elétrico. O primeiro carro forte elétrico que se tem notícia no mundo recebeu a transformação da empresa do ABC paulista.

Contudo, há ainda a expectativa de que até o final do ano mais dois caminhões elétricos da BYD cheguem ao País. Mesmo que por importação, a marca aposta nos novos modelos com base na demanda do cliente por essa tecnologia.

Dessa forma, o presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) Adalberto Maluf explica que todas essas iniciativas dão abertura para o Brasil fazer mais investimentos em infraestrutura para receber esse veículo. E que apesar de serem poucas as políticas de incentivos para a compra de caminhões elétricos, elas estão ocorrendo.

As cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro dão incentivos isentando o caminhão elétrico do rodízio. Isso é importante para o negócio de transporte, em tese, essa iniciativa atende veículos em geral, automóveis, comerciais leves e caminhões. Além disso, São Paulo aprovou recentemente o plano de mudanças climáticas que tem uma vertente ambiental muito forte. A cidade quer se posicionar na liderança com relação às questões climáticas, assim como o Rio de Janeiro. Iniciativas como essas inspiram outras cidades a também investirem e priorizarem a sustentabilidade na mobilidade urbana do País.

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