Um dos importantes momentos do Dia da Engenharia Brasil-Alemanha foi a entrega do 5º Prêmio VDI-Brasil – Destaque da Engenharia Brasil-Alemanha ao ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e astronauta Marcos Pontes, que teve um início de vida difícil, sem grandes possibilidades, mas que sempre batalhou e correu atrás dos seus sonhos.
Formado em Engenharia Aeronáutica pelo ITA e Doutor em Engenharia de Sistemas pela Escola de Pós-Graduação Naval em Monterey, EUA, participou da Missão Centenário, em 2006, e assim se tornou o primeiro astronauta brasileiro.
Maurício Muramoto, presidente da VDI-Brasil, conduziu o discurso de homenagem ao ministro. “Acreditamos que o nosso país precisa de engenheiros com o seu perfil: sólida formação teórica, mas sempre de olho na aplicação prática do seu conhecimento em benefício dos usuários da tecnologia. Hoje, o ministro conduz o MCTIC e, apesar do momento de severa limitação orçamentária, tem muita determinação e foco na contribuição de novas tecnologias digitais para o desenvolvimento do país”.
A VDI acredita que os desafios são muitos e o Brasil tem pressa para superá-los, mas com a criatividade e agilidade da engenharia brasileira, fortalecendo cooperações internacionais, o país vai se destacar nesse momento de disruptura global. “É uma honra registrar, em nome da diretoria da VDI-Brasil, a nossa homenagem a um engenheiro que conseguiu alcançar o que todo engenheiro brasileiro deve buscar, hoje, para contribuir com o desenvolvimento do país: aperfeiçoar o voo baixo, combinando teoria e prática, para mirar e chegar nas estrelas”, finaliza Muramoto.
Já no palco, o ministro demonstrou sua alegria e honra ao receber o prêmio e agradeceu a todos que lembraram o seu nome, a todos que trabalham para a engenharia do país e àqueles que contribuem para o desenvolvimento do país por meio da tecnologia. “Como foi falado, o momento não é fácil, é difícil. É um momento que temos orçamento reduzido, que precisamos melhorar nossa infraestrutura de Ciência e Tecnologia do país. Mas, eu gosto de desafios grandes e eu acho que todo engenheiro também tem que gostar. É assim que a gente faz essa profissão. Se não houvesse desafios, não precisaríamos do nosso trabalho, das competências para fazer isso. E é interessante lembrar que são nos momentos de dificuldade que aparecem as melhores ideias. Eu nunca vi grandes conquistas começarem com a tranquilidade. É preciso chacoalhar as ondas para que a gente comece a buscar novas ideias. Dentro dessas dificuldades, estão grandes oportunidades. Quando a gente pensa na engenharia, na capacidade dos nossos jovens e dos nossos brasileiros em reinventar ou inventar soluções criando novas empresas, startups etc para resolver esses problemas, é aí que está o nosso segredo, é para lá que temos que caminhar”, ressalta Pontes.
Em seu discurso, o ministro voltou a falar do seu começo de vida, das dificuldades que enfrentou e do quanto isso foi engrandecedor para que ele descobrisse a sua capacidade. Contou, na época, com grande apoio da mãe, que o incentivou e mostrou que era capaz de conquistar o que quisesse, desde que estudasse, trabalhasse, persistisse e fizesse sempre mais do que esperavam dele. “Eu acho que todo mundo tem uma dona Zuleica, que era minha mãe, na vida, alguma pessoa que possa lhe dar incentivos nos momentos que você mais precisa. E esse é o momento que o Brasil realmente precisa de cada um de nós. Eu falo muito de educação, porque a educação está intrinsecamente ligada com o desenvolvimento de inovação e o desenvolvimento de tecnologia. Nós temos, hoje, no ministério, uma série de programas que trabalham nesse sentido para motivar jovens para as carreiras de C&T. O Brasil tem muita capacidade. A gente tem uma capacidade gigantesca de dar a volta por cima e resolver esses problemas. Precisamos de engenheiros e de jovens criativos, motivados e dispostos”, evidencia.
Pontes mencionou o Dia do Aviador e sua felicidade em também comemorar essa data. “Gostaria de homenagear todos os pilotos do Brasil, e do mundo, lembrando que tudo isso só começou por que, no dia 23 de outubro de 1906, Santos Dumont mostrou que a genialidade do brasileiro é capaz de decolar. É importante lembrar esses feitos, justamente para evidenciar todo o potencial do nosso país e a nossa capacidade para transformar o futuro, que neste momento parece tão difícil, mas que pode, e vai, ser brilhante”.
O ministro também falou sobre a importância de investimentos em C&T, que não devem, jamais, serem vistos como custos. É justamente nos momentos mais difíceis que os países desenvolvidos investem mais em inovação, justamente por que o futuro é feito de conhecimento, e isso deve ser um modelo para o Brasil. O MCTIC tem inúmeras novidades e tem trabalhado para que futuro do país seja bastante promissor.
“Gostaria de agradecer por essa homenagem e dizer que o Brasil tem, sim, uma grande solução. Pode ser que a gente esteja passando, agora, por uma grande tempestade, mas, como piloto, muitas vezes eu decolei e tive que cruzar temporais. A melhor coisa, nesse momento, é manter o plano de voo, se manter firme no controle do seu avião e acreditar que, depois de algum tempo, você vai passar por cima das nuvens e ver que conseguiu. É isso que queremos para esse país, nós vamos conseguir”, finaliza Pontes.