As empresas e os engenheiros vivem, hoje, um cenário desafiador com relação à qualificação profissional, o que, consequentemente, impacta na retenção e no desenvolvimento de talentos. As universidades corporativas chegaram como uma solução das grandes empresas para ajudar na formação dos engenheiros e impulsionar a competitividade.
Diferente da universidade normal, a universidade corporativa está vinculada a empresas, podendo ser públicas ou privadas. São oferecidos cursos técnicos, mas algumas empresas também contam com a graduação em nível superior.
Ambos os formatos tem um mesmo objetivo: capacitar e desenvolver os funcionários de uma empresa. Todo o método de aprendizagem está atrelado aos objetivos, interesses e estratégias da empresa.
Um estudo feito pela Deloitte no Brasil em 2016 mostrou que a educação corporativa está bem mais madura. Das 126 empresas que participaram da pesquisa, 28% já possuem universidade corporativa. Além disso, o número de empresas com equipes dedicadas à educação corporativa cresceu 42%, com relação à pesquisa feita em 2014.
Benefícios da Universidade Corporativa
Ter uma universidade corporativa vai além de apenas gerenciar o aprendizado dos colaboradores, é uma alavanca para melhorar a competitividade das empresas, pois ajuda na retenção e no desenvolvimento de novos talentos, principalmente na área da engenharia.
A universidade corporativa atual parte de um modelo no qual 70% do aprendizado e das competências adquiridas são adquiridos pela vivência no ambiente de trabalho. Apenas 20% do conhecimento vem pelo acesso a especialistas e 10% com cursos presenciais ou online. Os dados são da MicroPower e do Institute for Learning & Performance – Brasil.
Outro grande benefício das universidades corporativas é que as empresas podem realizar um controle do aprendizado e direcioná-lo para sua necessidade. Desta forma, é possível diminuir a distância entre o objetivo e os resultados almejados e administrar melhor o processo, dando espaço para novas ideias e colaborações dos funcionários.
Porque investir na formação dos engenheiros nas empresas
Ainda que os engenheiros brasileiros tenham uma boa base nas universidades, o diálogo entre o mundo corporativo e o mundo acadêmico é limitado e pode dificultar a vida profissional dos engenheiros recém-formados ou que ingressaram na indústria há pouco tempo. Principalmente quando se fala da formação com ênfase nas novas tecnologias da engenharia.
Um exemplo de sucesso de educação corporativa é o case da Volkswagem, que já utiliza o método de universidade corporativa há um bom tempo e desde então busca aprimorar seus conteúdos com foco nas tecnologias, processos e necessidades da empresa.
A Escola de Excelência Volkswagen do Brasil oferece 27 cursos desde 2011 e conta com mais de 200 instrutores internos, grande parte deles, funcionários da própria empresa, que desenvolvem aulas presenciais e online.
A prática da engenharia muitas vezes só acontece dentro da empresa. O pensamento estratégico também. Por isso ajudar na formação dos engenheiros, direcionando-os para s necessidades da empresa é importante para sempre melhorar o nível de formação dos mesmo.
A Daimler Academy, centro de treinamento corporativo da Daimler/Mercedes-Benz, associada da VDI-Brasil, é um grande exemplo de como as boas práticas podem ser aplicadas em diversas unidades da mesma empresa, havendo assim, troca de conhecimento inclusive entre países.
“O fato de a Daimler ter uma Daimler Academy já mostra a preocupação com essa formação continuada. Nós temos um diretor na Alemanha cuidando de uma academia exclusiva do grupo Daimler, uma coisa que só tem sentido em uma empresa do nosso porte, com 280 mil funcionários”, explicou o Gerente Sênior de Desenvolvimento da Rede e Treinamento de Veículos Comerciais, Andre Wulfhorst.
São diversos cursos que são adaptados para o Brasil, muitos deles exigem até mesmo uma imersão, como quando algum colaborador assume uma vaga como gerente sênior ou diretoria. Além disso, todo ano é feita uma renovação de temas e cursos.
Como a educação corporativa afeta a motivação
A capacitação e o investimento da empresa nos colaboradores está atrelada à motivação. Uma pesquisa feita pela revista Exame em parceria com as empresas Cristina Panella Planejamento e Pesquisa e LeadPix Survey, revelou que 36% das pessoas consideram as “experiências aprendidas” como maior fator de motivação no trabalho.
Em seguida,na pesquisa sobre o que mais motiva os colaboradores ficou, “as atividades que executa” com 33%, “novas oportunidades” com 26% e só em quarto lugar apareceu a remuneração com 16%.
Na Daimler/Mercedes-Benz, além da academia corporativa, há planos de desenvolvimento que dão oportunidades para que os talentos possam se especializar de outras formas como um curso fora ou uma pós-graduação. Além disso, um programa, junto à Fundação Dom Cabral, foi desenvolvido para diretores e gerentes sênior. São cinco módulos realizados em oito meses com foco em liderança e nas mudanças e desafios do mercado para as montadoras.
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