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Segurança cibernética e proteção de dados no setor industrial: Desafios e avanços para 2024

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Autora: Fabiana Nitta

Em um mundo cada vez mais digitalizado, a segurança cibernética e a proteção de dados tornaram-se questões cruciais para as empresas brasileiras. No país, no ano passado, segundo dados do último relatório da FortiGuard Labs, foram 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em massa, deixando o Brasil atrás somente do México no ranking da América Latina. Apesar de o número ser quase 42% menor que o registrado em 2022, houve uma sofisticação dos ataques, que são cada vez mais direcionados, como ransomwares, phishing e malwares diversos.

Outro relatório, desta vez da Trend Micro, mostrou que os principais setores afetados pelos ataques de malware no Brasil, entre 2019 e 2023, foram o bancário, o industrial, o de saúde, o governamental e o de educação. No setor industrial, de acordo com o estudo “O Estado Global da Cibersegurança Industrial 2023: Novas Tecnologias, Ameaças Persistentes e Maturidade de Defesas”, da Claroty, 75% das empresas já foram alvo de ataques ransomware.

Na indústria, a dependência de tecnologias avançadas para operações de manufatura, automação, controle de qualidade, logística e comunicação exige medidas robustas para garantir a segurança da informação e a confiabilidade dos sistemas. No entanto, o aumento da sofisticação e frequência de ataques cibernéticos, a falta de uma cultura de segurança em algumas organizações e a necessidade de um julgamento cibernético apurado por parte dos colaboradores representam desafios significativos que precisam ser superados.

Nesse cenário, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020, e a atuação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) assumem um papel de grande relevância. Enquanto a lei estabelece um marco regulatório para o tratamento de dados pessoais no país, definindo princípios e diretrizes claras, a autarquia trabalha para garantir o cumprimento da lei, orientar empresas e cidadãos sobre seus direitos e obrigações, além de promover uma cultura de proteção de dados no Brasil.

No ano passado, também foi publicada a Política Nacional de Cibersegurança, que possui, entre outros objetivos, fortalecer a atuação responsável na internet, especialmente para crianças, adolescentes e idosos, além de empresas. A PNCiber também busca contribuir para o combate aos crimes cibernéticos e promover a educação em segurança cibernética na sociedade.

Além desse arcabouço normativo, diversas outras medidas podem ser adotadas pelas empresas para garantir a segurança cibernética e a proteção de dados internos e de clientes. A adoção de práticas robustas de segurança, como firewalls, criptografia, controle de acesso e segmentação de redes industriais, é fundamental para proteger os sistemas e os dados contra acessos não autorizados. As organizações devem utilizar também linguagem simples e exemplos práticos para conscientizar seus colaboradores sobre os perigos que a internet apresenta e como se proteger, sendo importante implementar métricas e indicadores de desempenho para monitorar o nível de risco da organização e a efetividade das medidas de segurança.

A segurança cibernética no setor industrial também abrange a proteção de sistemas de controle industrial (ICS) e tecnologia operacional (OT). É vital implementar medidas específicas para proteger esses sistemas contra os ataques cibernéticos, que podem causar interrupções na produção, danos físicos a equipamentos e riscos à segurança dos trabalhadores.

Por fim, essas preocupações não se limitam ao ambiente interno da indústria, sendo fundamental avaliar o nível de segurança de fornecedores e parceiros comerciais e estabelecer acordos contratuais que garantam a proteção dos dados em todas as etapas da cadeia de valor.

Ao adotar as medidas adequadas e investir em conscientização, as empresas brasileiras, sejam do setor industrial ou de qualquer outro, podem garantir a segurança de seus dados, a confiança de seus clientes e parceiros, além do seu sucesso no mercado digital.

Quer saber mais sobre o tema?
fabiana.nitta@dobler.com.br | https://www.dobler.com.br/

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